sexta-feira, 16 de abril de 2010

HUMANO CANTO




PERSPECTIVA

Mas, não pensem vocês que vou entregar-me fácil.
Meus pés ainda coçam percursos
e estradas se insinuam e desenham os seus traçados
Volto como se estivesse indo. Vou como estivesse voltando.
E refaço o trajeto em meus pés
mapeando histórias de idas e vindas

Tudo requer seu passaporte
e pago minha passagem
por esta vida
e durmo sobre travesseiros duros
de viajar minh’alma

Olho para o horizonte
que sempre estar aos meus pés
e não consigo enxergar além
de mim mesmo
-este cemitério de paixões
loucas, atrevidas -
covas fundas
que vou cavando na vida

Hideraldo Montenegro

Um canto demasiadamente humano

Arrecadei um tempo para maturar os sons e os sentidos do Humano canto, de Hideraldo Montenegro: um pernambucano, natural de Moreno, que se reconhece aprendiz no universo da poesia - seus mistérios e mistificações. Confesso que me surpreendi com a força da palavra do seu livro e não poderia ser diferente; considerando que o poeta sabe, desde sempre, que é preciso estar atento aos movimentos da vida; atento aos sinais da escrita inventiva e sua função social. Um bom exemplo reside no poema Lembranças:


Coleciono palavras antigas
e um gosto estranho pelo bordado da caminhada
dos pés estradas pontes rios

Graça Graúna
Escritora, Professora universitária
na área de Literaturas de Língua Portuguesa
e Direitos Humanos.
Nordeste do Brasil, 29 de abril de 2009

PARA ADQUIRIR O LIVRO ACESSE:
https://clubedeautores.com.br/book/178635--poesias

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

ALQUIMIA DAS ÁGUAS



ESPELHO

Escrever com água
é permitir a fluidez das idéias
que se somam e modificam
o curso das palavras

Escrever com água
é matar a sede
dos que procuram contemplar-se
a si mesmos

Escrever com água
é se adaptar a todos os recipientes
e refletir o que todos sentem



Que mais poderia dizer, poeta, que ainda não saibas? Termino de ler
teu livro, Alquimia das Águas. Termino? Um livro não termina nunca.
Volto então ao primeiro poema. Retorno para beber na fonte, completar
um ciclo e não esquecer: “escrever com água é se adaptar a todos os
recipientes e refletir o que todos sentem”.

Parabéns Hideraldo, poeta! Sei de tua Palavra-Estrela. É luz que não
apaga.

Maria Pereira de Albuquerque
Poeta pernambucana

PARA ADQUIRIR O LIVRO ACESSE:
http://www.artexpressaeditora.com.br/produtos.asp?produto=95

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010